29/09/2008

Machado de Assis _ Centenário de sua morte


Na data de hoje é celebrado o 1º centenário da morte de Machado de Assis, patrono de nossa biblioteca.
Veja sua rica biografia.
Para ilustrar sua rica bibliografia, escolhemos para dividir com você o famoso texto "Um apólogo".
Um Apólogo
Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

20/09/2008

ARRUDA- 55 ANOS DE HISTÓRIA - DEPOIMENTOS


20/09/08 (Profª Catarina)
"Vou escrever algumas coisas marcantes, do meu tempo de escola Arruda Câmara. Comecei a trabalhar em março de 1978 e me aposentei em agosto de 2000. Como cheguei na escola.Morava em Santa Bárbara do Sul, me casei com AlcidesBarbosa, de Carazinho. Fui transferida em março de 1978. Em Passo Fundo me disseram que eu iria trabalhar na escola Laranjal. Quando cheguei, encontrei a Juvenira Brandelero, que já tinha sido minha colega naquela cidade.Quem me recepcionou foi a Professora Vanede. Me senti muito bem acolhida pela direção, sob o comando da D. Maria Onilde de Souza Presser.Lembro-me de que só tinha até a sétima série. E a aluna que mais marcou foi a Elena Maria Lubian, pelo capricho e dedicação.Em abril, não tenho bem certeza, iniciou o noturno...com sexta e sétima séries. Fizemos uma campanha para termos alunos na quinta, no final daquele ano. Então, em 1979 já tínhamos as quatro séries no noturno. Tenho vivo na minha memória, este tempo de Arruda Câmara.Procurei fazer bem feita a minha parte, como educadora. Me sentia à vontade para dar minhas aulas, sempre usando a criatividade. Gostava de cantar, dançar, contar causos, fazer eleições simuladas, contar piadas, fazer meditação. Trabalhávamos a teoria na sala de aula, depois íamos para a prática. Aulas que me marcaram, são tantas mas vou citar algumas. NOTURNO
1.eleição simulada para cargos públicos, nas três esferas.
2.festas organizadas pelos alunos, de toda a escola, paracomemorar o dia dos trabalhadores em educação
3.visita na fábrica de Papelão Zebu
4. filme sobre a reciclagem da água na Alemanha ( professor Wolfgang, foi o responsável).
5.eleição para Diretora da escola, a primeira, onde foi eleita uma lista tríplice, o assunto foi abordado nas aulas. A Juvenira Danielli Braandelero foi a escolhida, de uma lista com três nomes. Lembro-me que o slogan era "Muda Arruda".
6.Visitas na Câmara de Vereadores, acompanhando trabalho dos vereadores
7.Visita no CTG Alfredo D'Amore, participando da Missa Crioula, de fandangos, das rondas na SEMANA FARROUPILHA .
DIURNO ( a partir de l991)
1.Júris simulados com as sétimas e oitavas séries, nas aulas de História.
2.Fandango na sala de aula, na SEMANA FARROUPILHA.
3.Visitas na Biblioteca Pública
4.Visitas nas emissoras de rádio, com os alunos participando ao vivo
5.Visitas nas empresas do Bairro
6.Observação da natureza, erosões, córregos...
7.Visita na empresa distribuidora de calcáreo, no Bairro FEY
8.Trabalho de geografia, transformação da matéria-prima. Visita numa fábrica de sofás, no bairro Conceição.Tenho um sofá, apresentado por um aluno da quinta-série, como relíquia..ADEMIR SCHNEIDER me presenteou.
9.Aulas de EMOCI, assunto Prevenção de acidentes: no trânsito, em casa, no trabalho. Depois dos estudos íamos para o trevo da BR 285 observar como os motoristas dirigiam. Se usavam cinto de segurança.
10.Aulas na Rua, na frente da escola...na Igreja de Fátima, no tempo do PROJETO MELHORIA, do então Governador Collares e a secretária de educação Neusa Canabarro. Aulas de lutas pela DEMOCRACIA NA ESCOLA PÚBLICA, pela valorização dos trabalhadores em educação. Nossa líder era a Déspina Nicolacópolus. Com ela aprendi não ter medo de governo, nem de direção de escola...das ameaças.
11.aula de história com: concurso de caretas, teatros, mímicas, danças, piadas dramatizadas, declamações, versinhos, imitações... Sempre em parceria com os alunos, a gente combinava no início das aulas para estudarmos os conteúdos, e depois disso um tempo para as nossas artes. Até eu fui julgada pelos alunos, uma turma de oitava série, num fato de indisciplina. A coordenadora pedagógica era a colega Marinês da Rocha.
12. Aula de História, oitava série, inicio do horário de verão...Batalha Aérea...para despertar a turma, no primeiro período numa segunda-feira. Assunto SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. Recursos aviãozinho de papel.
Lembrei-me de alguns momentos do nosso Arruda! Em 1984, grávida do Fabiano, e com as três meninas pequenas (Juliana 7 anos, Cristiane 4, Luciane 3), para não deixar meus alunos na mão, últimos meses de aula, levava à noite por várias vezes, as minhas três filhas pequenas. Morava na rua Passo Fundo, Bairro Fey. Atravessava o trevo. Elas não me incomodavam. Brincavam no pátio da escola. A Marli, funcionária da escola, poderá confirmar este fato.O Fabiano nasceu dia 3 de janeiro de 1985.Aqui vai, tarde, mas em tempo, meus agradecimentos à direção do noturno, que não interferia na situação. Só que não me lembro quem era a vice do noturno. Erica Vogelmann era a coordenadora pedagógica. A ESCOLA MANUEL ARRUDA CÂMARA, foi a minha segunda família. Tenho orgulho de ter tido a oportunidade de exercer minha profissão, durante 23 anos nesta conceituada escola. Trabalhei no noturno, desde o início. Me aposentei no noturno. Meus alunos,eram meus seguranças, quando ia para casa. Meu coração tem um cantinho especial, onde carrego a comunidade do ARRUDA. Nas minhas preces agradeço a DEUS, por ter me guiado, me ajudado... a ser, sempre, uma professora amiga, dos meus alunos. Nunca neguei uma ajuda quando me procuravam, no final da aula, no recreio, até mesmo na minha casa.Não fui perfeita, pois sou humana. Mas tenho a minha consciência do DEVER CUMPRIDO."(Maria Catarina Winck)

25/03/08- 19:36' Ex aluna visitou nosso blog e deixou seu comentário:
"Estudei nesta Escola no ano de 1975 a minha Professora chama-se Vitória. Lembro-me que morava na Vila Borghetti e saía de minha casa caminhava pela rua, era uma subida bem grande no final desta rua dobrava à esquerda e lá estava minha escola.Outra curiosidade, sou bisneta do 1º professor da Cidade de Carazinho, Políbio do Valle, cujo nome foi dado a uma Escola também em Carazinho. Como é bonito a gente verificar que a história é feita por nós e cada um tem sua parcela de contribuição. Parabéns a todos por esta iniciativa e mais uma Parabéns ao Arruda pelos seus 55 anos."(Ana Márcia do Valle Corrêa)
22/08/08 18:46
Adriano disse...
Parabéns a esta Escola que tenho orgulho de ter iniciado os meus estudos. Parabéns
22/08/08 18:38

08/09/08- Sr. Alceno-Presidente do CPM

"RELATO SOBRE A MINHA PARTICIPAÇÃO JUNTO A ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MANUEL ARRUDA CÂMARA.

QUANDO SE COMPLETAM 55 ANOS DE UMA HISTÓRIA DE MUITA LUTA E SUCESSO, NÃO PODERIA DEIXAR DE EXTERNAR OS MEUS AGRADECIMENTOS, EM ESPECIAL, A TODA A COMUNIDADE ESTUDANTIL QUE FAZ PARTE DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MANUEL ARRUDA CÂMARA, ONDE A MINHA PARTICIPAÇÃO TEM SIDO COMO UMA SIMPLES E SINGELA SOMA DE ESFORÇOS, DE DEDICAÇÃO, PERSEVERANÇA E DE COOPERAÇÃO PARA JUNTOS PODERMOS NOS FORTIFICAR E CONSTRUIR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA.
POIS TODOS ESTES ESFORÇOS REALIZADOS NO DIA A DIA SÃO EXCLUSIVAMENTE COM UMA ÚNICA FINALIDADE PARA QUE OS NOSSOS FILHOS, QUE HOJE DESFRUTAM DOS APRENDIZADOS DESTE IMPORTANTE EDUCANDÁRIO , TENHAM UM FUTURO MELHOR E MAIS PROMISSOR. "
ALCENO JOSE SILVEIRA(Presidente do CPM da Escola) 08/09/08

18/09/2008

Carreteiro Farroupilha na Escola














Nesta quinta-feira realizamos um carreteiro para os alunos do turno da manhã.Continuando as comemorações da Semana Farroupilha!

Hoje, o carreteiro foi para o turno da tarde.
Nos dois dias houve apresentações artísticas do CTG Vento Minuano, com invernada mirim, sob o comando do instrutor Giovani Batista, a quem agradecemos a colaboração.







17/09/2008

Semana Farroupilha



















Para comemorar a Semana Farroupilha, todos os professores estão trabalhando o tema com seus alunos em sala de aula .E também houve palestra com a professora Marisa Leiria Wergütz, que voluntariamente falou a todas as turmas da escola no decorrer desta semana, sobre indumentária, usos e costumes, alimentação, tradições gauchescas.Haverá, também um carreteiro oferecido para todos os alunos, bem como, mateada para celebrar a data.

02/09/2008

Comemorações de 7 de Setembro

Apresentações

5ª série apresentou um jogral de um texto de exaltação ao amor.


6ª série declamou a poesia "Canção do Exílio"
7ª série cantou a música "Eu te amo meu Brasil." ~

8ª série declamou a poesia "Pátria amada".











3ª série
Cantou a música "Eu te amo, meu Brasil".
2ª série
cantou a música "Brasil Preservação"











2° ano
Poesia de louvor à Independência











4ª série

dramatização sobre a Independência
declamação da canção do exílio










1º ano
canto e poesia sobre o meio ambiente




01/09/2008

Olimpíadas da Escola






Dando continuidade às atividades alusivas ao "Projeto Vida" e aproveitando o tema do momento, que são as olimpíadas de Pequim, nossos alunos das séries iniciais também tiveram o seu momento olímpico, inclusive com medalhas. O espírito de cooperação e desempenho físico foi contagiante. Esta foi mais uma das atividades muito interessantes, prazerosas e inclusivas, programadas e desenvolvidas pela equipe diretiva do turno da tarde.
Os alunos recebiam medalhas de ouro, prata , bronze e verde(representando a vida)para valorizar seu desempenho. As atividades eram individuais e também coletivas.Os alunos adoraram.
Quadro geral de medalhas
ouro prata bronze verde
1º ano 1 1 4 4
2º ano - 4 3 4
t. 21 6 2 2 -
t. 22 3 3 1 2
t. 31 1 3 1 5
t. 32 4 5 - 1
t. 41 2 - 5 3
t. 42 3 2 4 1

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